Sobre

A Comissão da Verdade e Memória “Octávio Ianni” da Unicamp foi criada para investigar fatos que tenham resultado em eventuais arbítrios e violações de direitos humanos praticados contra docentes, alunos/as e funcionários/as.

A inciativa mais incisiva para a criação de uma comissão na Unicamp partiu do professor aposentado Caio Navarro de Toledo, em carta aberta amplamente divulgada. Nela, foi enfatizada não somente a necessidade de se investigar atos de arbitrariedade cometidos durante a ditadura, como a importância de se eliminar os resquícios do AI-5 ainda presentes nas normas da Universidade.

Uma merecida homenagem foi feita a Octávio Ianni que, perseguido pela ditadura militar e aposentado compulsoriamente da USP, foi professor do Departamento de Sociologia e professor emérito da Unicamp. Um exemplo de dignidade e honestidade intelectual.

A Comissão está autorizada a recolher depoimentos, informações e documentos, assegurando, sempre que requerida, a não identificação do/a informante. Pode também requisitar informações e documentos de todos os órgãos da Universidade, além de convidar professores/as, funcionários/as e alunos/as que tenham vivenciado situações específicas de violações de seus direitos civis dentro da Universidade, ou qualquer outra pessoa que possa ter informações relevantes.

Como uma de suas atribuições, deverá encaminhar às Comissões da Verdade em âmbito nacional e estadual as informações obtidas; e recomendar a adoção, no âmbito da Unicamp, de medidas e políticas destinadas a prevenir a violação de direitos humanos. Outra tarefa será a elaboração de um relatório que contenha os resultados de seu trabalho de investigação, dando ampla divulgação a esse texto.

A Comissão da Verdade e Memória “Octávio Ianni” da Unicamp atuará pelo prazo de um ano a partir de sua instalação, com possibilidade de prorrogação, caso seja necessário. Preside a Comissão a professora Maria Lygia Quartim de Moraes, e seus membros titulares são os/as professores/as Wilson Cano (IE), Yaro Burian Júnior (FEEC), Ângela Maria Carneiro (IFCH), Caio Navarro de Toledo e o advogado Eduardo Garcia de Lima. Como suplentes, estão a doutoranda em sociologia Danielle Tega (IFCH) e a advogada Fernanda Cristina Covolan.